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terça-feira, 23 de agosto de 2016

POKÉMON – GO, VÓ SURTADA E CONSIDERAÇÕES FILOSÓFICAS

Há alguns dias, eu estava na casa da avó do meu namorado e ele decidiu mostrar o jogo para ela. Ela disse que já tinha visto um monte de rapazes correndo rua e se encontrando na esquina para capturar, mas trabalhando que é bom nada. Disse também que o jogo é coisa do“marvado”, do capeta. Então ele comentou que tinha um Pokémon na sala, perto dela, ela ficou aterrorizada e saiu correndo.  
O fato é que o medo dela vem da situação de saber que o monstro está ali, mas ela não consegue vê-lo, então que diabos será que ele poderia fazer contra ela? Ou por quanto tempo ele ficaria ali vigiando? Pode parecer falta de conhecimento de gerações mais passadas ou de criação religiosa, mas o fato é que a discussão filosófica entre o que é ou não real se torna cada vez mais pertinente diante de situações como esta.
Tanto que por não ter sido produzida uma resposta exata para esta dúvida global, (segundo Russel, quem se importa?) passamos a dividir a realidade em realidades, dimensões ou mundos diferentes, como por exemplo, mundo virtual, mundo ordinário (material , substancial). Como já dizia Platão ao tratar do mito da caverna, o mundo ordinário é só uma sombra da realidade suprema. Ele próprio costumava pensar que sua realidade talvez não fosse tão real assim. Afinal quem nunca vivenciou um sonho que foi pura realidade enquanto durou? Ou sonhou que acordou do sonho, esse tipo de coisa.
Não apenas de confusões mentais se mantém a realidade, mas também sensoriais. Quando tentamos provar que sabemos de algo porque vimos, cheiramos, tocamos, ou ouvimos, nem assim podemos ter certeza, pois nossos sentidos também podem nos enganar. Pense em quantas vezes você ouviu coisas erradas, viu coisas que não eram como sua lembrança projetou, errou a identificação de alguém, sentiu a água gelada quente depois de mexer no gelo, entre outros equívocos.
Pegando a ideia de Sócrates você deve estar se questionando: Então a única coisa que eu tenho certeza é que eu não tenho certeza de nada? Bem, René Descartes pode ajudar com a teoria de que você pode sim saber de alguma coisa se desacreditar de tudo temporariamente e aprender do início sem conceitos já pré - concebidos.
Ele mesmo sofreu por suas crenças terem se revelado falsas após algumas análises. Sobre o que é real ele diz: “Tudo que nós acreditamos, cada experiência sensitiva, cada experiência sensitiva, cada pensamento, eles poderia ter sido colocados em nossas mentes por um gênio do mal que criou um mundo ilusório tão perfeito que não teríamos como detectar a ilusão”
A única coisa que achou ser real com certeza era o fato de que pensava (sendo este pensamento consciente ou uma memória implantada). Daí sua frase célebre, “penso, logo existo”. Opa! O que dizer então da inteligência artificial? Que mesmo sendo fraca (aquela encontrada em jogos) é capaz de agir independentemente a partir do material implantado. Tal qual o ser humano!
Pois é, não apenas filmes como A Origem ou Matrix nos mostram como este assunto é complicado, mas a jogos como o Pokémon – go  podem nos dar suas referências.
Dos jogos pintados em cavernas, aos jogos de tabuleiros, fliperamas, consoles, RPG’s e até esportes. Todos são iguais. Esta frase pode ter doído em algumas pessoas, mas faz todo sentido filosófico. Jogos nos levam a outras realidades, físicas ou não, assim como filmes, sonhos, peças de teatro, livros, esportes.
Usados como entretenimento ou para treinamento cerebral ou treinamento de soldados para combate, campeonatos inovadores ou geradores de problemas sociais, jogando sozinho ou com milhares de outros jogadores espalhados pelo mundo, seja ele virtual ou ordinário.
Jogos pressupõem interferências sejam elas provocadas por inteligência artificial ou por outros participantes como desafios para passar a fase ou outros participantes tentando te desviar para que eles vençam.
Tratando especificamente de jogos virtuais, se eles existem apenas no mundo virtual então eles não podem mudar a realidade do mundo ordinário certo? Errado! Para um exemplo bem claro, perceba que quase toda universidade oferece algum curso voltado para jogos, existem escolas inteiras voltadas a isso, um mercado econômico próprio, estudos psiquiátricos e sociais sobre o assunto, pessoas agindo inconsequente para capturar um Pokémon e até formando equipes reais, eventos de costume players, entre outros exemplos, que não são poucos.
Então como conselho filosófico, você nunca deve aceitar as coisas de primeira, tem que estar aberto a aceitar mais do que o mundo aparenta, pois o que parece óbvio pode não ser tão óbvio assim. Lembre que já foi concordância mundial que a terra era plana, os negros eram raça inferior de humanos e o tabaco bom para a saúde.
Tomando as palavras de Platão, Nosso erro é pensar que objetos materiais do mundo ordinário, são as coisas mais reais que existem.



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