Imagem: South Park, Central Comedy
Estava eu lá na baladinha rocker toda feliz esperando a banda tocar. Tava um calor de matar e
eu estava usando um sutiã de silicone, por baixo da blusa óbvio, desses que não
tem alças e colam na pele sabe? Dizem ser bons e confortáveis.
De repente comecei a suar, o sutiã foi descolando aos poucos,
aquela coisa caindo e coçando. Fui algumas vezes no banheiro pra arrumar e a
banda já estava tocando as músicas que eu gosto, comecei a ficar irritada. E
são nesses momentos de irritação que eu começo a filosofar com meus botões.
Por que eu tenho que usar sutiã se me incomoda? Por que
preciso esconder o bico dos seios? Ou deixar o peito empinado? Produzir uma
bela embalagem para deixar o conteúdo em exposição para ser levado por alguém? Não.
Jamais! Que mal faria se não usasse? Nenhum.
Me dei conta de que não preciso ostentar belos seios
guardados no sutiã, tampouco quero deixá-los a mostra é claro. Uma blusa já
cumpre o objetivo. Se eu for fazer uma atividade física que balance demais e
cause alguma ruptura epitelial ou dores daí eu uso, mas até lá não quero usar,
não me sinto confortável, e não falo só dos sutiãs de silicone não, falo de
todos os tipos.
Foi então que pela última vez fui ao banheiro àquela noite e
resgatei meu empoderamento feminino. Arranquei aquele troço inimigo e ofertei
às colegas do banheiro me desculpando:
“Perdão gurias, mas alguém quer um sutiã de silicone preto? Como
eu não ou obrigada a nada resolvi tirar e jogar fora, mas se alguém aqui quiser, estou dando.”
Uma colega se identificou, repetiu o jargão concordando que
eu não era obrigada a nada mesmo, elogiou meu look de biquinhos salientes e
ficou com meu sutiã!
Não que eu estivesse incentivando seu uso, mas sei que tem
gente que gosta e não vê problemas como eu vejo. Então por que jogar no lixo
algo novo e funcionando antes de oferecer para alguém não é mesmo? Vamos ser
consumidores responsáveis também!
E esse foi mais um dos meus pequenos surtos feministas, que
não fazem mal a sociedade e me abrem um novo horizonte sempre!
Géssica Francine da
Rosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário