Um sentimento de pesar e um incômodo inquietante têm me visitado atualmente e acredito que a muitos brasileiros esta visita também perturba.
Uma ideologia querida que foi acalentada e vista como solução para as mazelas da vida, hoje - há algum tempo de maneira geral - se torna uma ferramenta de distorção (e de extorsão se me desculparem o trocadilho) utilizada por membros de um partido político que em seu nascimento também não desejava mais que a correção dos erros de governos passados, mas que hoje com suas necessidades sanadas já não se incomodam mais com a necessidade do outro.
Assim como em outros tempos, com outros povos, o convite a doar-se em prol do seu próximo, trabalhar com força para o bem de todos foi distorcido, então os doadores tornaram-se muitos (pessoas comuns, trabalhadores) e o próximo tornara-se exclusivo (gerenciadores do poder, governantes). E essas pessoas que se doam , naquele tempo e ainda hoje, são induzidas a fazerem isso por meio de uma propaganda monumental que é a manipulação midiática. Minhas desculpas aos cursos de publicidade e propaganda.
Como num comunismo que de comunal só existe o nome e a exploração, nosso governo tomou sua ideologia de nascença e a transformou numa cópia stalinista de gerência dentro de um fluxo capitalista expressivo. Estranho isso, no mínimo contraditório mas não menos real.
Queridos Engels e Marx devem estar se revirando em suas covas de tanta raiva por ver o que fizeram com suas utopias e ideias. Pra ser sincera não acredito que um deles pudesse viver hoje em nosso tempo sem desenvolver uma profunda depressão, no mínimo um alcoolismo (ê Marx véio!).
O impedimento da administração de um governante não resolve o problema porque outro já está a espera de sua posse do "trono real". É um Game of Thrones geral. O modelo é que deve ser repensado.
O legítimo poder do povo, o governo do povo - democracia - é inviável no modo de produção que os seres humanos desenvolveram a partir do dinheiro, acredito que continuaria inviável mesmo que o modo de produção envolvesse outra forma de troca. Portanto as situações que posso observar e que fazem esta visita estranha tornar-se companheira se retroalimentam, assim preciso "fazer sala" continuamente para este sentimento incômodo.
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